quarta-feira, 13 de abril de 2011

Na Loja do Cidadão

Tirei daqui
Sentada no banco, à espera de ser atendida pelo "Balcão Perdi a Carteira", vejo chegar uma velhinha e aquela que supus que fosse a sua netinha, de vestido cor-de-rosa, que se senta a um ou dois lugares de distância, e fica a fitar a avó, ainda de pé.

- Vá, fica aí sentadinha e inventa uma história para me contares logo, a avó já vem!

E eu, que até sou baby-sitter, irmã e explicadora, achei que aquela avó até tinha tido uma boa ideia.

E depois comecei a ouvir baixinho:

"Era uma vez um pato. Não, uma menina e um pato. E eles moravam... Num castelo."

E, derretida, passei a achar que a avó tivera uma excelente ideia, e deliciei-me a atentar à história que uma menina de não mais que cinco anos me foi contando, sem se aperceber, enquanto nem eu, nem a avó dela éramos atendidas.

E ela olhava para o tecto e dava pontapés para o ar, e eu fingia-me interessada nas minhas leituras de crescidos e procurava dissimular um sorriso.

E acho é por isto que vale a pena ir à Loja do Cidadão.

Um comentário:

  1. Essa senhora é épica! E eu cá compraria qualquer livro que começasse com "Era uma vez um pato".

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